Casa da Xilogravura

Localizada na região em que nasceu a cidade de Campos do Jordão, a Casa da Xilogravura está completando 20 anos de história desta rica cultura na cidade. É o único museu do Brasil especializado em Xilogravuras, com um diversificado acervo de obras.

por: Cristiano Tomaz - Atualizado: 21/03/2024 08:51

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Localizada na região em que nasceu Campos do Jordão, a Casa da Xilogravura possui uma rica história de cultura na cidade. É o único museu do Brasil especializado em Xilogravuras, com um diversificado acervo de obras de artistas brasileiros e internacionais.

A xilogravura é uma gravura feita por meio de impressão sobre o papel de uma matriz entalhada em madeira. O museu localizado em Campos do Jordão trabalha na divulgação dessa arte que teve origem no Oriente há mais de um milênio e meio.

Os chineses empregavam esta técnica para imprimir orações budistas e os japoneses a utilizaram no ano 770 para estampar talismãs. Com as inovações técnicas do final do século XIX, a xilografia passou a ser praticada pelos artistas como forma de expressão para criar obras autônomas, e passaram a ser observadas como quadros.

Fundada em 1987 pelo professor e escritor Antônio F. Costella, o local expõe seu acervo particular, com mais de duas mil obras de cerca de 300 xilógrafos. Segundo Costella, que também cria em Xilo, a necessidade de expor as obras de arte foi ficando tão forte, que com o tempo, ele foi forçado a deixar a casa onde morava para que o espaço abrigasse somente o museu. No local também funciona a Editora Mantiqueira.

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Com mais de vinte livros publicados, Antônio Costella lecionou nas Faculdades de Comunicação e Arte (ECA) e na Faculdade de Direito da USP, entre outras instituições, inclusive na Europa. Em meio a suas publicações existem livros técnicos de Comunicação e Artes, além de contos de ficção como o campeão de vendas “Patas na Europa”.

Logo na entrada do museu, entre pilares imponentes, um grande tronco de ipê dá boas vindas aos visitantes, para lembrar que “sem árvore não há xilogravura e nem vida”. Uma peça que se estima ter nascido por volta de 1660. Através de seus desenhos circulares deixados pelo tempo é possível demarcar acontecimentos históricos.

Algumas placas colocadas sobre o tronco fatiado – que seria usado como mesa não fosse a intervenção do escritor – apontam o ano de 1698, ano em que Antonio Dias, Bandeirante de Taubaté, passou por Campos do Jordão, descobrindo Ouro Preto em Minas Gerais. O enforcamento de Tiradentes, A Independência do Brasil, o Nascimento de Campos do Jordão e o ano em que o homem pisou na Lua também estão registrados na madeira.

Os pioneiros da Xilogravura do Brasil estão expostos no local. Obras de Oswaldo Goeldi, Lasan Segall e Danúbio Gonçalves misturam-se muitas outras de todo o mundo, cada uma com sua história. Conta o fundador do museu, exemplificando um curioso episódio em que conheceu um chinês, com quem teve de se comunicar através de gestos e desenhos, e que resultou em uma exposição de vários artistas orientais em seu museu.

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Nos jardim da Casa da Xilogravura existe um pequeno monumento que marca o local onde está enterrado Chiquinho, um cão que participou da trajetória do museu e que inspirou o logotipo da Editora Mantiqueira.

Chiquinho foi um cãozinho que nasceu na vizinhança e foi adotado por Costella. Doente, o animal só se alimentava na presença do seu amado dono e poderia morrer caso fossem separados, mas Costella precisava fazer uma viagem, onde apresentaria um trabalho em Portugal. Depois de muita insistência do professor, o cão conseguiu autorização para ir junto à uma longa viajem à Europa durante o período da ditadura. Inclusive a passagem de avião e a autorização do vôo estão expostas no museu.

Uma séria de livros “narrados” por Chiquinho foram publicados, inclusive Patas na Europa. O que resultou na criação da Editora Mantiqueira. Por disposição do fundador, os imóveis e o acervo do Museu serão legados “post mortem” a Universidade de São Paulo. Uma cláusula afirma que a USP perderá o direito da doação feita por testamento, caso o túmulo de Chiquinho seja retirado do local.

Estas são somente algumas das histórias que demonstram a riqueza que a Casa da Xilogravura reserva. Sem dúvida uma ótima opção cultural aos amantes das artes e aos que procuram novas fontes de inspiração.

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Entrada
Inteira: R$30,00

Meia Entrada: R$15,00 (idosos, professores e estudantes com carteirinha)

Horário de Funcionamento
Aberta ao público de quinta a segunda-feira, das 9:00 h às 12:00 h e das 14:00 h às 17:00 h. Fechando somente as terças e quartas.

Mais Informações
(12) 3662-1832

Endereço
Av. Eduardo Moreira da Cruz, 295
Vila Jaguaribe (junto à Praça N. Sra. da Saúde).

Como chegar
Seguindo sentido a Vila Capivari, o Centro Turístico da cidade, faça o retorno em frente ao Supermercado Roma, situado em Vila Jaguaribe; vire à direita seguindo pelo caminho que leva a Igreja Nossa Senhora da Saúde. A Casa da Xilogravura está localizada em frente a igreja.

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